"Pra onde vão desejos?
Palavras sem razão
Pra onde vão palavras?
Versos ao vento vão."

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Frases que eu adoro.

Uma coisa que eu adoro fazer é ficar analisando letras de músicas, acho fantástico como alguns escritores conseguem dizer coisas simples e até comuns de uma forma tão diferente e não óbvia, adoro me identificar com as frases, algumas tornam as coisas tão mais belas, outras realmente traduzem minha alma.

"Você pode ir na janela, pra se amorenar no sol." (Você pode ir na janela - Gram)

Essa pode parecer meio boba, mas eu ADORO a palavra "amorenar", sempre que eu escuto, imagino uma pessoa sentada, feliz no sol, uma leve brisa..., se ele usasse algo como " tomar sol" ia me dar a impressão de mulheres de biquini na praia.

"E os teus galhos vão me arborizando nu." (Cachaça - Vanguart)

Essa eu acho o máximo, os galhos são como braços, a palavra arborizando se contrapõe a palavra nu, e a frase passa a idéia de que alguém estabelece uma relação de domínio e complementaridade com o eu-lírico, é perfeita pro sentimento que a música passa.

"E até quem me vê lendo o jornal, na fila do pão, sabe que eu te encontrei." (Ultimo Romance - Los Hermanos)

Essa é linda, é uma das formas mais originais que eu já vi pra se dizer que está apaixonado.

"As meninas dos Jardins gostam de rap, as meninas dos jardins gostam de happy end" (As meninas dos Jardins - Zeca Baleiro)

Zeca baleiro é o rei dos trocadilhos e da intertextualidade, escutem essa música inteira.

"Eu vejo o futuro repetir o passado, eu vejo um museu de grandes novidades." (O tempo não para - Cazuza)

Adoro essas antíteses, refletem perfeitamente a realidade de hoje.


Estas foram só algumas frases, muita gente fala que a música brasileira de hoje é ruim, eu definitivamente não concordo, ainda há muito o que sentir,refletir e admirar.Espero que essas poucas frases, estimulem vocês a aprecia-las.




segunda-feira, 19 de julho de 2010

Solidão.

-1-

Ela olhava a sua volta, sentia - se presa dentro daquela vila rodeada por montanhas castanhas, cheias de terra; o vento sacudia seus cachos ruivos e o frio passava por suas roupas (na realidade trapos), invadindo ainda mais sua alma. Ah, a sua alma como ela parecia incompleta e vazia, a menina não entendia o porquê; sim, ela era discriminada e excluída naquela cidadela composta por pequenas casinhas de madeira, mas ela sabia que o motivo não era esse, era algo mais profundo, algo que definitivamente partia sua alma ao meio.

- Lenina, venha já para casa!

A filha obedeceu o pai, sabia que ainda tinha muito o que fazer naquela manhã.

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Mais uma vez era um sonho, e aquela solitária menina ainda estava presente em seus pensamentos, pela milésima vez?
Rodrigo não conseguia esquecer aqueles cachos que possuiam a cor de flores de espatódea, Lenina parecia tão real. E aquele lugar? Circundado por montanhas tão áridas, onde seria? Ele precisava descobrir.Olhou para o relógio que ficava em cima do criado mudo que um dia fora de sua avó, 7h da manhã! Já estava atrasado; levantou, tomou seu banho, vestiu o típico terno acinzentado e saiu correndo pelo corredor que levava até as escadas do prédio. Hoje seria mais um dia corrido na empresa.